28.12.11

meia noite, uma carta e uma noite em branco .

o monstruoso relógio de sala proclama as doze badaladas, canta a meia noite fria e despida, que tu danças sem fim. tu és o rei da noite, que abominas a escuridão. tu és o Princepe da lua, que vestes o orgulho que conversas, a madrugada atrai-te, alicia-te aventurar por aquilo que desconheces. o fogo consome a ponta do teu cigarro e consome a tua alma arrebentada pelos jogos que perdes-te. sobes tão alto no teu pedestal que não consegues ver o quão frio és, o quão vitorioso te achas no meio de todos os medos que em mim semeaste. deleitas-te no prazer que tens em enganar as pessoas, no prazer de quebrar promessas e de jurar o impossível, sempre me contas-te as verdades forjadas, quando a tua real intenção era expor as mentiras de uma forma dissimulada que me cegasse para ver o quão falso eras. foges da realidade e engoles o arrependimento que nunca encaras-te. apenas consideras o teu ego cheio de sorrisos falsos, o teu ser revoltado e egoísta, a tua alma gelada pela solidão, em que te vieste chorar por mim (...) tu, que agora não tens nada, que vives alimentado de recordações que te deixei. tu és sedento da minha miséria, e cego pelo meu amor tu que preenches o silêncio negro da nossa história e ris das cartas que te escrevi. relembras o que fizes-te por mim, afogas-te em lágrimas e gritas pelo meu nome. mas vá seu idiota, o princepe ainda continuas a ser tu!  

« enquanto o presente é feio, e o futuro é incerto, é o passado que nos vem a memoria tal como o tempo em que éramos felizes » 

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